Quando devo colocar meu filho de castigo?
Quem tem filhos ou crianças em casa, com frequência, usa do castigo. O castigo pode ser usado em diversas ocasiões, mas sempre gera nos pais que, nem sempre como utilizá-lo de forma eficaz. Assim, antes de mais nada devemos o que é o ‘castigo’.
O que é o castigo?
O castigo é uma possibilidade de educar com limites e regras, e nem sempre significa dor física. E a isso nós precisamos ficar atentos! Agressões podem gerar agressões e não se educa por essa via. Há formas mais eficazes e eficientes de educar sem bater. E o castigo é uma delas. O objetivo do castigo é mostrar à criança que o comportamento dela foi errado ou inadequado e que não deve repeti-lo. A criança tem de entender a relação entre o que ela fez e a consequência.
Existem orientações que possam ajudar os pais a utilizarem o castigo como ferramenta positiva?
Sim! Existem orientações que nos ajudam muito na tarefa de educar as crianças. Só precisamos compreender as ferramentas e utilizá-las da forma correta. Muitas pessoas criticam os métodos sem conhecer. E se não conhece, não sabe utilizar. Assim, o primeiro passo é conhecer e saber como utilizar. Nestes casos, o psicólogo pode ajudar muito.
Vamos ver um passo a passo que pode nos ajudar em casa com as crianças:
1) Explique os motivos do castigo: Os filhos precisam entender o motivo do castigo e não acharem que estão sendo punidos por autoritarismo ou irritação dos adultos. Os filhos precisam entender que o castigo é consequência de algo que eles mesmos praticaram e que os pais não têm prazer em castigar. A criança precisa entender o que motivou a perda para poder pensar em uma estratégia para evitar que aquele mau comportamento seja repetido.
2) Preste atenção nas suas palavras: Fale sempre com objetivo e rigidez, olhando para a criança e fazendo com que entenda que você está chateada com a tal atitude e não propriamente com ela. Portanto, lá vai uma dica: nunca diga “Como você é feio”, e sim, “Que coisa feia você fez”.
3) Bater JAMAIS: As famosas “palmadinhas” não são bem-vindas na educação da criança. A agressão provoca raiva e medo. E é justamente o medo da agressão que fará a criança não repetir a atitude errada e não por que ela compreendeu as razões da punição. Na hora da raiva, se afaste. Respire para retomar o controle da situação.
4) O castigo deve ser imediato: A criança pequena deve ser repreendida logo em seguida ao mau comportamento. Mas tome cuidado com essa dica, pois o castigo não deve ser aplicado na presença de outras pessoas, uma vez que a existência de público o tornaria mais humilhante.
5) Não aplique o castigo na hora da raiva: Tenha sempre calma, não grite. As crianças se acostumam com os gritos e isso não mais as assustarão.
6) Seja firme: Cuidado para não se “desmanchar” com choros e chantagens depois da decisão tomada: não volte atrás, a criança poderá usar essa arma para se livrar dos castigos sempre.
7) Castigos justos: Não exceda os limites do que é razoável. Pense se realmente é necessário um castigo naquele momento para que este não se torne algo banal e perca a credibilidade. O castigo deve ser ainda proporcional ao ato cometido e não ao estado de humor do adulto naquele momento.
8) Os castigos de longa duração de tempo não funcionam: É preferível deixar a criança sentada por 5, 8 ou 10 minutos do que por uma hora, pois ela se distrai e esquece que está de castigo.
9) Aplique o tempo correto no castigo: A noção de tempo do adulto são diferentes das percepções da criança. Para uma criança, 60 minutos podem ter a sensação de duração de 5 ou 6 horas. Em relação ao tempo, os adolescentes também possuem uma percepção temporal diferente da dos adultos: eles começam a se distrair com seus pensamentos e se esquecem do castigo. Assim, avalie o que é mais eficaz para a correção do comportamento que deseja alterar.
10) Cuidado com as ameaças: Jamais ameaça. Mas se prometeu, cumpra! Não perca a credibilidade diante de seus filhos.
Vale lembrar também que o exemplo que os pais dão em casa é melhor do que qualquer castigo ou punição! Assim, pai e mãe, cuide de seu próprio comportamento! Sejam um exemplo para seus filhos!
Valeska Magierek. Psicóloga, Neuropsicóloga, atua há mais de 20 anos na área Psicologia Infantil e Neuropsicologia. Atualmente é palestrante, instrutora de cursos e atende no Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena. www.centroamadesenvolvimento.com.br.